cristianismo-no Paquistão




A Igreja
A Constituição estabelece o islamismo como a religião do Estado. Ela também declara que as minorias religiosas devem ter condições para professar e praticar sua religião em segurança. Apesar disso, o governo limita a liberdade religiosa.

Uma forma de limitação é a lei de blasfêmia paquistanesa. Essa lei sentencia à morte quem deprecia o islã ou seus profetas; à prisão perpétua quem deprecia, danifica ou profana o Alcorão; e a dez anos de prisão quem insulta os sentimentos religiosos de outra pessoa.

A lei de blasfêmia tem sido bastante usada por indivíduos que querem resolver questões pessoais, uma vez que, para acusar alguém de ter blasfemado, não é necessário ter provas. Precisa-se apenas da acusação formal. No contexto paquistanês, a palavra de um muçulmano vale pela palavra de dois cristãos, e isso dificulta o processo de defesa.

Embora nenhum cristão paquistanês até agora tenha sido executado após sua condenação, mais de uma dezena de pessoas foram acusadas e forçadas a viver em condições desumanas na prisão, em esconderijos ou no exílio.

No fim de 2008, um garoto encontrou uma sacola na rua contendo páginas rasgadas de um Alcorão. Sem saber o que fazer com aquilo, o menino levou a sacola para casa.

Sua irmã mais velha, Ashiyana Masih, levou a sacola e seu conteúdo a uma vizinha muçulmana. Mas essa vizinha, que tinha uma briga antiga com a família de Ashiyana, acusou a jovem e seu pai, Gulsher Masih, de terem blasfemado contra o Alcorão.

Após a denúncia, mais de cem pessoas atacaram a casa da família cristã, levando-a a fugir e se esconder. No entanto, Ashiyana e seu pai foram presos.

O pedido de fiança que os representantes legais de Ashiyana fizeram foi negado. Ainda não foi marcada uma nova data para a audiência dela e de seu pai.